quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre o livro O Livreiro de Cabul

*Wagner Arantes

A escritora conseguiu transmitir através da família de Sultan, sonhos não realizados, medos e anseios, desejo de se libertar e um Afeganistão onde a paz possa ser uma convidada eterna. Através da vida dos personagens, podemos conhecer a desigualdade do povo afegão, sua cultura, usos, costumes e religião, com destaque para a posição das mulheres na sociedade afegã.

O livro é bom, nada de extraordinário, e a escritora conseguiu transmitir de certa forma o sentimento de cada personagem. Na medida em que ia lendo, sentia uma revolta pela situação daquele povo. A escritora descreve bem como a crença na superioridade masculina quase nunca é questionada. Para a maioria dos homens, as mulheres eram burras, o cérebro delas é menor e não podem pensar de maneira tão clara quantos os homens, isso é revoltante.

A livraria de Sultan e todas as dificuldades pelas quais passou, vendo suas obras literárias históricas e tantos outros títulos serem queimados pelo Talibã (polícia religiosa do Afeganistão), num período onde simples imagens de seres humanos eram consideradas crime grave no país. Sultan sofreu para manter sua livraria, sendo até torturado por possuir seus livros “hereges”, os sonhos de Sultan giram em torno dos livros.

Apesar de se julgar liberal e gostar tanto de livros, Sultan foi personagem que mais detestei, já que tinha as suas raízes ainda tão arraigadas nas antigas tradições. Gostei da personagem de Leila, moça de 19 anos que é irmã Sultan. É transformada em escrava por todos, tenta lutar por tudo que aprendeu e correr atrás do seu sonho. A personagem tinha o desejo de se libertar, sua vontade em se tornar professora, se casar e ser feliz. Cheguei a ficar torcendo para que a narrativa sobre ela tivesse um final feliz. Porém, isso não aconteceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário