sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Objeto sexual? O que queremos é respeito!

*Araceli Calixto

A mulher já foi tratada apenas como um objeto para o prazer do homem, mas ainda hoje não recebe o merecido respeito.
Começando pelas apelações das propagandas de cerveja, onde não falta uma mulher seminua para chamar atenção. Sem falar das músicas que ofendem a imagem feminina, e o pior é que muitas são cantadas por mulheres.

E ao sair de casa ainda ouvimos cantadas grosseiras mesmo vestindo moletom. Isso não era para existir, já que conquistamos nosso espaço no mundo.
Se estivesse no poder, criaria uma lei que punisse o idiota que ousasse constranger uma mulher com o que eles chamam de elogio: “oh gostosa! Uai, não sabia que boneca andava!” Isso é ridículo. E eles acreditam que estão agradando.

Ora, será que ninguém ensinou bons modos a esses ogros? Alguém precisa dizer a eles que nós não gostamos nem um pouco desse tipo de comportamento. Nós preferimos o respeito, podem ficar em silêncio se não têm nada melhor para falar. Um bom dia é bem aceito, vale mais que uma frase mal dita.

Muitas vezes ao caminhar pela rua vejo um senhor passando perto de meninas que não aparentam ter 15 anos, mas ele, na maioria das vezes, não perde a oportunidade de falar uma grosseria. A garota poderia ser sua neta, mas não importa, basta vestir saia, a ofensa sai de uma maneira espontânea, faz parte do instinto animal deles.

É! A mulher já obteve grandes conquistas, mas dentre inúmeras coisas, falta poder caminhar tranquilamente em frente a uma obra, ou em qualquer local que haja uma concentração de homens sem ouvir coisas nojentas. Mas ainda há tempo, e acredito que chegará o dia em que seremos respeitadas por eles. E admiradas em silêncio. Isso sim fará bem ao nosso ego.

Quanto custa viver?

*Vanusa Lopes Ribeiro
Eis a pergunta, quanto custa viver? Foi o que me passou pela cabeça hoje pela manhã quando acordei. Talvez a resposta para essa questão nos leve a entender que viver é o começo de tudo. É o começo da perspectiva de vida, de sonhos a serem realizados, com família, filhos, amigos, novos ideais e planos para uma sociedade melhor. Aliás, o começo de uma vida é aquela fase em que tudo o que pensamos ainda pode se tornar a realidade.
Mas, quanto custa viver? Uma pergunta um tanto quanto complexa, porque nesta “aventura” (que é viver) surgem verdadeiros milagres. Milagres os quais não são meramente vindos da religião. Refiro-me àqueles que se fazem presentes no cotidiano das pessoas, como o cidadão assalariado que tem que pagar as contas do mês, que se preocupa com material escolar das crianças, medicamentos, além de supermercado, impostos, gasolina, faculdade, e outros.

Para certas pessoas viver custa milhões de reais. Milhões para isso ou aquilo. Roupas de grifes, por exemplo, carros de luxo, celulares de última geração, viagens em cruzeiros e outros mais. Coisas que às vezes são supérfluas, enquanto outros vivem em condições desumanas. Para estes cidadãos, que se sacrificam ao máximo para garantir simplesmente o sustento da familia, viver custa caro.
Este é o mundo em que vivemos, onde algumas pessoas têm em excesso e outras absolutamente nada. Com isso a desigualdade social cresce, aumenta o preconceito e a miséria.  E, infelizmente, nos deparamos com pessoas que usam as outras como degraus. Mas não podemos desanimar, devemos ter fé e acreditar que tudo dará certo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um amor bandido ( Texto inspirado na música I'd Rather Go Blind - Etta James )

*Diogo Andrade
  
  O clima estava denso na sala onde os dois conversavam.
    - Eu sabia John, eu estava sentindo que algo assim ia acontecer!
    - Não foi nada pensado! – ele realmente queria fazê-la acreditar em tal mentira. – Eu te amo Isabela, não posso ficar sem você.
    Ela o olhou com repulsa, sabia que ele tentaria de todos os modos se desculpar. De repente sua boca ficou seca, e algo pulsou dentro de sua cabeça. Aos poucos a raiva a dominou.
    – Como não, John? Eu preferia ficar cega a ver vocês dois juntos! Eu tinha certeza, eu tinha! – ela disse. Apalpou o copo em que ele bebia. Dentro dele, meia dose de um conhaque barato. Deu uma golada matando sua sede. – Eu sabia que tinha acabado. Eu senti, eu previ isso. Algo dentro de mim mudou naquele exato momento, vocês dois, juntos, conversando, sozinhos!
    Ela segurou o recipiente com raiva, experimentou novamente um pouco da bebida e o ergueu no ar observando-a escorrer pelo copo. Era vermelha como sangue. Em um reflexo borrado, ela viu lágrimas escorrendo por seu rosto, parando em seus lábios salgando sua boca.
    – Olha o que você fez comigo!
    Ele tentou negar mais uma vez, no entanto os dois sabiam a verdade. O coração dele se apertou ao vê-la sofrer.
    – Eu quero que você morra! – Num ímpeto de fúria ela jogou o copo em sua direção. O vidro se espatifou em sua cabeça, e a bebida escorreu por seu rosto misturando-se ao sangue.
    Ele se debateu tonto pelos móveis.
    – Aí, aí, está ardendo. Minha cabeça! –  gritou desesperado. – O que você fez comigo?
    Ela, já bêbada, sentou-se no sofá e o observou sofrer. Um sorriso discreto se alojou em sua face, estava se divertindo.
    Ele, bruto, forte, homem, sentou-se ao lado dela com um saco de gelo na mão direita, e outro copo cheio na esquerda. Sem nada dizer ela pegou o gelo, virou com força sua cabeça até ver o machucado e o colocou lá.
    John engoliu de uma só vez o líquido e deitou-se no colo dela.
    – Você sabe que te amo, Isa!
    – Fique quieto.
    Ele estava inconformado de perdê-la, ele a amava.
    – Isso não é justo, foi só um beijo. Ela era gostosa amor! – ele sorriu.
    Isabela apertou o gelo em sua cabeça.
    – Aí amor, com cuidado!
    – Seu idiota. – O ferimento tinha estancado. Ela foi até uma das gavetas, pegou uma pomada e um bandaid, não tinha sido tão grave. – Vou embora!
    Ele levantou-se do sofá, a seguiu cambaleando até a porta, ela o segurou nos braços. Seu hálito forte não a incomodou, pelo contrário, a deixava excitada.
    – Vai ter mesmo coragem de me deixar aqui, sozinho, machucado, no frio?
    – Chame-a para ficar com você, o que acha? – suas sobrancelhas se arquearam.
    – Ah... Agora quero ter uma mulher, não uma garota. Você é meu verdadeiro amor. – disse através de um meio sorriso. – Você sabe que eu te amo, não sabe?
    Ela assentiu e o perdoou. Ambos foram fogosos para o quarto sem mesmo limpar os cacos no chão. Eles se amavam, e não tinha sido a primeira vez. Os dois se envolveram no fogo de uma paixão conturbada e fugaz. Ela sabia que ia acontecer de novo, e de novo. Era só uma questão de tempo, mas de todo jeito lhe parecia certo desfrutar daquele desejo apenas por mais uma noite, ou duas, ou três...

Chico Mendes - crime e castigo

*Camila Macedo

Chico Mendes, crime e castigo, um livro reportagem escrito pelo jornalista e escritor Zuenir Ventura. Após o assassinato de Chico Mendes, um líder seringueiro que lutava contra a devastação da Amazônia, o jornalista acompanhou o processo de apuração e não esmoreceu até que a justiça fosse feita.

Apesar de Zuenir não ter conhecido Chico em vida, fez uma busca meticulosa ao passado dele. Isso possibilitou que os atos, e até mesmo a personalidade do seringueiro, fossem reproduzidos. O jornalista “mergulhou de cabeça” na apuração. Não permitiu que conflitos envolvendo floresta Amazônica, insuficiência na apuração, falta de vontade de governantes, impunidade e incômodos como clima e fauna abalassem sua “sede de justiça”. 

O autor teve sensibilidade, curiosidade e, principalmente, vontade de que aquele assassinato tivesse um desfecho diferente dos históricos daquela região. Na cobertura do crime, presenciou a batalha de um povo, que como ele disse, “luta sem armas, ou melhor, com as armas que tem”. Realizou um papel social, de propriedade coletiva e não de interesses particulares, contribuindo para que o fato ficasse conhecido mundialmente.

O trabalho realizado por Zuenir foi um exemplo de determinação, persistência, audácia e respeito ao próximo. Ao próximo que merece respeito. A cada entrevista ele deixava explícito o perfil dos personagens. Em momento algum o jornalista escondeu o desprezo pelos criminosos que estavam soltos e pelos políticos em busca de prestígio.

No livro as surpresas e dificuldades vividas pelo autor ficam evidentes e fazem jus à fala dele, “Não existe repórter pronto. Ele é um processo, uma construção, uma obra imperfeita, inacabada”. Então para ser um bom jornalista é preciso compreender e aceitar esse processo, amadurecer gradativamente, afinal ele é intenso e perdura por toda a vida.

Leia sem moderação

*Maycon Henrique

A leitura nos leva a lugares fantásticos, a mundos desconhecidos e também permite que possamos conhecer melhor o nosso próprio mundo. A partir da leitura, passamos a ver as coisas com outros olhos. Parece que tudo ao nosso redor cria uma forma concreta, é perceptível e conseguimos, então, ter uma outra visão de vida.

Foi assim comigo. Comecei a ler e, consequentemente, mudei minha visão de mundo.  Confesso que não tinha o hábito da leitura e que ainda tenho uma certa “preguiça” de começar a ler um livro. Mas isso está cada vez menor.  Hoje tenho mais prazer em pegar  um livro para ler. Essa mudança contínua é mérito da faculdade. Depois de começar o curso de Comunicação Social- Jornalismo, que requer muita leitura, eu comecei a viajar pelo mundo mágico dos livros. Agradeço, em especial, às professoras Carla Machado e Taís Alves, que me motivaram a começar a ler.

MAL SECRETO-INVEJA, livro escrito por Zuenir Ventura, foi o último livro que acabei de ler. Um livro muito envolvente e que conseguiu prender minha atenção. Zuenir soube retratar, muito bem, com histórias reais, a INVEJA. Sendo um livro de reportagem literária, Ventura usou sentimentos e momentos pessoais e transmitiu histórias que pesquisou durante toda a produção da obra. Contudo, o livro é bem real e, ao mesmo tempo, lúdico. Recomendo!

Laowai

*Diogo Andrade

O livro, estilo jornalismo literário, possui uma leitura leve, fácil e encantadora. Ao longo de 40 capítulos, Sônia conta de forma divertida toda sua rotina e suas dificuldades na adaptação em um novo país. Ela passa por várias situações desde confusões com os chineses, que brigam com os estrangeiros por motivos bobos, até na decoração de sua casa. Segundo Bridi, na China tudo é muito colorido e dourado, a decoração extravagante não lhe agradava muito. Ela também fala dos banheiros, que não existiam privadas, fala da prova de habilitação, na qual uma das perguntas era sobre o que fazer quando se tem vontade de cuspir, entre outras situações engraçadas e curiosas.

Para quem acaba de ler o livro, a impressão é que Sonia Bridi, Paulo Zero e suas família são amigos íntimos do leitor, pois ela abre sua intimidade, o que foi um dos motivos para ela pensar bem antes de publicá-lo, já que a exposição seria grande.
               
Recomendo a leitura para todos que fazem Jornalismo, e também para quem quer saber mais sobre a China, é incrível e envolvente.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Grandes mulheres

*Araceli Calixto 

No romance A Casa da Água, o jornalista e escritor ubaense Antônio Olinto conta a história de ex-escravos e seus descendentes que saíram do Brasil e foram para África em busca de suas raízes.

A neta de uma dessas ex-escravas é a personagem central do romance, Mariana uma menina observadora que seguia a avó por todos os lados, cresceu em meio aos costumes brasileiros e africanos. Tornou-se mulher de personalidade que batalhou para dar uma vida melhor para sua mãe, irmãos e filhos. Fez nome como comerciante nas colônias inglesa e francesa. Formou seus três filhos em universidades européias, longe dos costumes brasileiros. O primogênito graduou-se em Direito, a segunda filha em Medicina e seu filho caçula estudou na França para ser professor e se tornou o primeiro presidente de Zorei, um dos países africanos onde Mariana tinha negócios.

Mariana foi mais uma brasileira que se destacou. Entre tantas mulheres importantes na história, não posso deixar de citar a Princesa Isabel que aboliu a escravidão e declarou a Lei Áurea.

A cantora e interprete Elis Regina, que é considerada como a maior cantora brasileira de todos os tempos, inovou os espetáculos musicais e encantou o país com sua voz e presença de palco. Vera Lucia Couto foi a primeira mulher negra a obter um titulo de beleza no Brasil. Seu grande sucesso lhe rendeu uma marchinha lançada no Carnaval de 1965, "Mulata Bossa Nova", de autoria de Roberto Kelly e interpretação de Emilinha Borba.

O jornalismo brasileiro foi marcado por Nísia Floresta Brasileira Augusta: uma educadora, escritora e poetisa brasileira. É considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado, quando publicou textos em jornais na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.

A música da cantora Maria do Carmo Miranda da Cunha, mais conhecida como Carmem Miranda, cantora e atriz fez sucesso no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo eclético fez dela a precursora do Tropicalismo, movimento cultural brasileiro que surgiu na década de 1960. Era uma brasileira de coração. 

E não há como deixar de fora Dilma Rousseff, atual presidente do Brasil. Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social. Dilma é a primeira mulher a ser eleita a chefe de Estado e de governo em toda historia do Brasil. 

É de mulheres como algumas dessas que citamos aqui que nosso país precisa: com garra. Elas fizeram e fazem a diferença.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Show continua

*Maycon Douglas

No dia 12 de janeiro de 2007, faço um teste para um programa de Rádio em uma emissora local da cidade de Senador Firmino, a Rádio FIRMINENSE. Eu com meus 17 anos, inexperiente e com uma louca vontade de trabalhar, dei o máximo de mim naquela entrevista. De início, achei que era só para passar o tempo, mas depois percebi que eu estava começando uma grande carreira no mundo mágico do rádio.       


Ao passar no teste, comecei a acreditar mais em mim e no meu potencial de crescimento. Aquele mundo me fascinou rapidamente. Estava extasiado. No começo, tudo foi muito difícil. O diferente sempre assusta. Mas, aos poucos, fui conquistando o meu espaço.      


É encantador o fato de poder transmitir alegria, música, notícia, emoção e paz. Com o tempo, eu percebi que o rádio é uma caixinha de emoções. Quantas emoções eu pude passar nas ondas da FIRMINENSE. Levar um pouco de alegria e paz ao ouvinte é gratificante, vale mais que o salário, ô se vale!       


São tantas histórias, tantos amigos, tanta alegria, que meu coração se transborda de gratidão. Agradecer a DEUS primeiramente, pelo dom da comunicação. Agradecer a minha família pelo apoio e por me aguentar chegar em casa faminto, depois de um dia intenso de trabalho. Agradecer aos meus companheiros de locução, todos juntos de coração. Agradecer, principalmente, aos meus amigos ouvintes fiéis, vocês que fazem parte do meu SHOW, chamado: Vida!
     

É com grande dor no coração que me despeço dessa emissora, que se tornou minha segunda casa. Foram tantos momentos bons, tanta gargalhada 'NO AR' (eu me lembro quando os ouvintes ligavam para pedir uma gargalhada minha). Quero deixar esse meu sorriso ecoando pelas ondas da Rádio do Coração, a nossa FIRMINENSE! Hoje eu choro de alegria, aquela emoção de dever cumprido. Depois de quase cinco anos de trabalhoeu tenho orgulho de dizer: Valeu à pena! Tenho orgulho de deixar minha marca na história desse veículo de comunicação. O COMANDO JOVEM agradece pela audiência e eu pelo imenso carinho.
     

O show continua, é vida que segue. As lembranças vão na mala e vocês no coração. Maycon Douglas, Batistinha, Maykin ou Maycon Henrique, todos eles em um único bordão: 'Um espetááááculo'! (risos). Senador Firmino, cidade maravilhosa, de grandes pessoas e minha cidade do coração. Obrigado por tudo. E não se esqueçam: AMOR, SAÚDE, ALEGRIA e PAZ NO CORAÇÃO, o resto, a gente corre atrás!