sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Grandes mulheres

*Araceli Calixto 

No romance A Casa da Água, o jornalista e escritor ubaense Antônio Olinto conta a história de ex-escravos e seus descendentes que saíram do Brasil e foram para África em busca de suas raízes.

A neta de uma dessas ex-escravas é a personagem central do romance, Mariana uma menina observadora que seguia a avó por todos os lados, cresceu em meio aos costumes brasileiros e africanos. Tornou-se mulher de personalidade que batalhou para dar uma vida melhor para sua mãe, irmãos e filhos. Fez nome como comerciante nas colônias inglesa e francesa. Formou seus três filhos em universidades européias, longe dos costumes brasileiros. O primogênito graduou-se em Direito, a segunda filha em Medicina e seu filho caçula estudou na França para ser professor e se tornou o primeiro presidente de Zorei, um dos países africanos onde Mariana tinha negócios.

Mariana foi mais uma brasileira que se destacou. Entre tantas mulheres importantes na história, não posso deixar de citar a Princesa Isabel que aboliu a escravidão e declarou a Lei Áurea.

A cantora e interprete Elis Regina, que é considerada como a maior cantora brasileira de todos os tempos, inovou os espetáculos musicais e encantou o país com sua voz e presença de palco. Vera Lucia Couto foi a primeira mulher negra a obter um titulo de beleza no Brasil. Seu grande sucesso lhe rendeu uma marchinha lançada no Carnaval de 1965, "Mulata Bossa Nova", de autoria de Roberto Kelly e interpretação de Emilinha Borba.

O jornalismo brasileiro foi marcado por Nísia Floresta Brasileira Augusta: uma educadora, escritora e poetisa brasileira. É considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado, quando publicou textos em jornais na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.

A música da cantora Maria do Carmo Miranda da Cunha, mais conhecida como Carmem Miranda, cantora e atriz fez sucesso no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo eclético fez dela a precursora do Tropicalismo, movimento cultural brasileiro que surgiu na década de 1960. Era uma brasileira de coração. 

E não há como deixar de fora Dilma Rousseff, atual presidente do Brasil. Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social. Dilma é a primeira mulher a ser eleita a chefe de Estado e de governo em toda historia do Brasil. 

É de mulheres como algumas dessas que citamos aqui que nosso país precisa: com garra. Elas fizeram e fazem a diferença.

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