segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O pop é "pop"

Diogo Andrade 
4º período de Jornalismo - FAGOC


O Pop pode ser entendido como um gênero musical que não possui ritmo específico, onde há um sistema de interação com o público juvenil, envolvendo espetáculos no palco e grandes produções. É apreciado em todo o mundo, porém, as grandes lendas do estilo são americanas.
Michael Jackson e Madonna, a realeza. Seus nomes soam tão fortes quanto as suas músicas e o seu talento. Eles fizeram tanto sucesso a partir dos anos 80 que foram coroados Rei e Rainha, respectivamente. Na época, sem internet, sem Youtube, não havia toda essa interatividade e agilidade que a tecnologia de ponta proporciona. A mensagem das músicas soava mais pura, representando uma idéia e não de apenas entretenimento.
Olhando o cenário da música Pop atual tem-se a impressão de que tudo não passa unicamente de comércio. A rede abriu um mercado inimaginável que permite rápido acesso, gravações, produções e divulgação em massa em apenas um clique. A liberdade é usada de modo apelativo, não sendo possível filtrar o que publicam.
A música de agora funciona como um produto. Com as redes sociais ficou possível estudar, interagir de forma direta para conhecer cada vez mais o público alvo, suas necessidades, tristezas e sonhos. O grande desafio é tentar seduzir esses jovens, com músicas que falem de seu cotidiano, versos repetidos, com pouco conteúdo.
Lady Gaga é um monstro da internet, um produto americano, diga-se de passagem brilhantemente fabricado. Segundo um estudo desenvolvido pela empresa MITI Inteligência, Gaga é um fenômeno do pop. Ela aparece de forma bastante inteligente através de sua equipe denominada Haus of Gaga, que é responsável por todo o universo que envolve a imagem da cantora, desde seus figurinos excêntricos a clipes polêmicos e perfis nas redes sociais. Um dos fatores que magnetizam mídia à cantora, e que é trabalhado por essa equipe, é a sua postura altamente polêmica em relação à indústria da moda, discussões sobre a homossexualidade, papel da mulher na sociedade, movimentos artísticos que influenciam seus clipes, e é claro, música. Diariamente são publicadas várias notícias sobre a artista, de modo que ela sempre está em pauta na agenda mundial. Outro aspecto é a comunicação com diferentes públicos, em que há a necessidade de interagir e se posicionar em assuntos que todos comentam, e assim atrair mais e mais pessoas.
Num mundo tão corrido, onde as notícias de ontem já não interessam mais, parece que as músicas seguem no mesmo caminho, servindo apenas como hits momentâneos que são descartados facilmente, e com a agilidade de produção, mais músicas surgem para preencherem a lacuna e assim está formado o ciclo superficial em que estão mergulhadas.
É lógico que isso não significa que acabou a música de qualidade. Há artistas que ainda se preocupam mais em expressar do que impressionar, como Adele, Mariah Carey, Whitney Houston, Beyoncé, entre outras que resgatam um pouco do que foi perdido há tanto tempo, no sentido de qualidade de produção, e que não usam a mídia de forma tão apelativa. Existem muitas premiações da música, mas o Grammy Award se destaca, sendo o mais prestigiado prêmio da indústria musical internacional, considerado a versão do Oscar da música, se assim pode-se dizer.
Cada vez mais os artistas se entregam ao pop eletrônico, ritmo que mais vende. Tocado nas baladas, traz mensagens de apologia a bebidas, drogas e cigarro. Com refrão “chiclete”, as músicas ficam impregnadas na mente do ouvinte, que por escutar várias vezes na rádio acaba assimilando, conhecendo a letra e gostando por pura falta de opção. Ele é indiretamente forçado a interagir, pura propaganda. É aquela antiga história, uma mentira contada mil vezes acaba se tornando verdade, de tanto estar exposto ele acaba se acostumando a ouvir aquilo.
Música é para ser sentida, e quando é boa sobrevive por gerações. Existe uma crise muito forte, proveniente do novo sistema. O futuro é incerto. Talvez as pessoas estejam apenas desfrutando dos novos benefícios, mas mesmo assim, a qualidade e a arte ainda não são acessíveis a todos. No meio disso tudo fica uma grande pergunta: será que no futuro as pessoas poderão olhar para traz e ter do que se orgulhar? Quem serão os sucessores do trono de Michael Jackson e Madonna?

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